terça-feira, 5 de novembro de 2013

E olha em volta para ver se as coisas ainda estão nos seus devidos lugares. Sente o aroma que vem da sua xícara de café fresco, a fumaça embaça seus óculos. Fecha os olhos e respira fundo, tenta se lembrar de quando tudo começou a sair dos eixos. O sol vai perdendo sua cor aos poucos, mas ainda sente seu calor. Pensa que é exatamente assim que está se sentindo, a sua cor está perdendo o brilho e o calor do corpo de quem partiu ainda está ao seu lado, mas a cada minuto vai perdendo sua intensidade. É como se ela fosse se desprendendo aos poucos de tudo o que um dia era eterno. “E o pra sempre, sempre acaba”. A ilusão do “juntos para sempre” tem um sabor doce no primeiro gole, mas agora sente todo o amargor que traz. Então é assim que acaba? Acorda um dia e percebe que tudo está estranho e deslocado, como se as peças que antes se encaixavam com perfeição, agora se descobrem não mais afins. Fecha os olhos novamente, agora sente uma lágrima descer devagarinho pelo rosto. Tem sabor de despedida, de nunca mais. O café esfria na xícara presa em suas mãos. Sua alma flutua em algum lugar desconhecido. Seus pensamentos vagueiam no passado, hoje um pretérito imperfeito. Cida 13/09/13

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